quinta-feira, 24 de abril de 2008

Turismo Sénior

Depois de várias semanas de atraso, o ministro da Economia assinou o despacho que permite o financiamento do programa Turismo Sénior do Inatel – Instituto Nacional de Aproveitamento dos Tempos Livres. Em causa esteve uma verba de 6,5 milhões de euros.
Contactada pelo CM, a Secretaria de Estado do Turismo, encarregue de assegurar a continuidade do Turismo Sénior do Inatel, disse que "se tratou de uma questão de tempo entre os ministérios" e que não foram desrespeitados quaisquer prazos. "Estamos actualmente na época baixa do turismo, por isso ninguém ficou prejudicado", refere fonte da Secretaria de Estado do Turismo.
O CM não conseguiu, até ao fecho desta edição, obter uma reacção do Inatel, mas, segundo fontes conhecedoras da situação, a instituição tem sido “inundada” com telefonemas de idosos queixando-se de que não sabem se este ano poderão fazer férias através do programa do Inatel. A única informação disponível no site do Inatel é de que se aguarda pela nova calendarização para o programa Turismo Sénior em Portugal.

O programa de turismo para a terceira idade promovido pelo Inatel tem como principal objectivo possibilitar férias a preços mais acessíveis às pessoas com mais de 60 anos de idade. O projecto é co-financiado pelos ministérios do Trabalho e Solidariedade Social, tutelado por Vieira da Silva, e da Economia, liderado por Manuel Pinho.


Fonte: Correio da Manhã

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Idosos: Donativos "compram" vagas em lares apoiados pelo Estado

Há lares sem fins lucrativos apoiados pelo Estado que "vendem" vagas em troca de avultados donativos, deixando em lista de espera os idosos mais carenciados.
A própria confederação que representa as instituições de solidariedade reconhece que alguns lares "se vêem forçados a recorrer a esses estratagemas" para fazer face aos custos. A Segurança Social sabe da prática, que pode constituir um crime de burla, mas admite ter dificuldade em actuar.
"Não tenho nenhuma dúvida de que isso acontece em larga escala e que precisa de uma investigação judicial", disse à Lusa José Ferreira Alves, representante português nesta rede internacional, classificando estes casos como "uma pouca-vergonha".

Em declarações à agência Lusa, o presidente do Instituto da Segurança Social (ISS), Edmundo Martinho, sublinhou que "a pressão para dar donativos em troca de uma vaga é completamente ilegal e constitui um crime de burla". "A grande maioria das instituições não utiliza essas práticas, mas sabemos que essa realidade existe. Já nos chegaram cartas, algumas das quais anónimas, a relatar essas situações", afirmou o responsável do ISS.
Edmundo Martinho garante que o instituto tentou investigar os casos, mas afirma que "é difícil provar que os idosos foram pressionados a fazer um donativo para assegurar a vaga e que só entraram porque deram esse dinheiro".

No ano passado apenas uma queixa relacionada com esta matéria deu entrada na Procuradoria-Geral da República, que a remeteu para a Inspecção-Geral da Segurança Social.
O representante da Rede Internacional de Prevenção da Violência Contra a Pessoa Idosa lembra que, muitas vezes, "os familiares têm medo de fazer queixa porque temem que o seu pai ou a sua mãe venham a sofrer represálias dentro das instituições".
Apesar de ser muito reduzido o número de denúncias formais, cerca de 20 por cento dos idosos que estão a viver em lares admitem ter feito doações para poder entrar, de acordo com um inquérito realizado em 2004 pelo Instituto para o Desenvolvimento Social (actual ISS).

A Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), que integra cerca de 2.500 IPSS e algumas Misericórdias, tem dado orientações aos lares para não condicionarem as vagas à entrega de donativos, considerando que "isso não é claramente uma boa prática". No entanto, o padre Lino Maia, presidente da CNIS, salienta que "muitas instituições estão a lutar pela sua sobrevivência", uma vez que a comparticipação do Estado por cada idoso, fixada nos 330 euros mensais, não chega a metade do custo que, em média, um lar tem por cada pessoa internada. "Algumas instituições vêem-se forçadas a recorrer a esses estratagemas", afirmou, admitindo que esta prática prejudica os mais carenciados, os mesmos que as Misericórdias e IPSS devem ajudar prioritariamente. Para evitar estas situações, o padre Lino Maia defende que deve ser criado um novo modelo de financiamento, segundo o qual a comparticipação do Estado não é fixa, mas atribuída em função dos custos reais dos lares e da situação económica dos seus utentes.
Em Portugal, existem 1.583 lares legalizados, dos quais 1.184 apoiados pelo Estado através de acordos de cooperação que abrangem mais de 46 mil idosos.

Fonte: Lusa

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Cavaco Silva recusa que o envelhecimento da população seja considerado "uma ameaça" ou "um fardo" para a sociedade

O Presidente da República, Cavaco Silva, recusou ontem que o envelhecimento da população seja considerado "uma ameaça" ou "um fardo" para a sociedade.

"Não é o facto de estarmos a falar de pessoas mais idosas que nos deve impedir de as considerar também como parte das soluções", disse Aníbal Cavaco Silva, em Lisboa, na sessão "O Tempo da Vida", organizada no âmbito do Fórum Gulbenkian de Saúde. "É precisamente por se tratar de pessoas que não devemos tomá-las apenas como um número, um custo, um encargo", acrescentou.

O Chefe de Estado falou depois do caso das empresas e da sua "obsessão sobre o contínuo rejuvenescimento dos seus trabalhadores", questionando-se se essa opção "traduz sempre um ganho efectivo de eficiência" ou se não contribuirá para "um défice de identidade de cultura organizacional e, mesmo, de rentabilidade". Recorrendo a estatísticas, Cavaco Silva disse que, a "manterem-se as actuais tendências", a populaçãoo com mais de 65 anos representará, daqui por cerca de 40 anos, em 2050, um terço do total da população portuguesa. Isto apesar de estar previsto que, dentro de dois anos, Portugal atinja o seu máximo histórico populacional, 10,6 milhões de habitantes, e ter, nessa altura, uma percentagem de pessoas com mais de 65 anos de cerca de 18 por cento do total. Feitas as projecções, em meados deste século a população nacional terá baixado 1,3 milhões de pessoas, para cerca de 9,3 milhões, e os idosos atingirão 32 por cento desse número. Em 2050, prosseguiu, o actual indíce de envelhecimento quase se multiplicará 2,5 vezes, passando dos actuais 108 para 243 idosos por cada 100 jovens.

"Trata-se de uma alteração profunda da estrutura demográfica, que exige das próximas gerações novas formas de encarar o envelhecimento", advertiu. Isso implica "falar de novos estilos de vida e de não continuarmos a tentar enfrentar os problemas do século XXI com as soluções do século XX". Tanto mais que o envelhecimento populacional, prosseguiu, "representa um desafio cujos contornos e impactos estão longe de ser devidamente identificados e avaliados".
"Duvido que a opinião pública e os cidadãos portugueses estejam suficientemente informados e conscientes das dimensões desse desafio, dos problemas que levanta, dos processo de mudança que exige", confessou o Presidente da República. Salientando que "neste, como em tantos outros domínios, não é por falta de leis que o país não avança", Cavaco Silva admitiu que que "seja mais por falta de iniciativa, escassez de espírito empreendedor" e pela "dificuladade" que a sociedade encontra em se libertar da "dependência do Estado".

Retirado de Lusa

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Maus tratos a idosos aumentaram dez vezes em cinco anos

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima recebeu quase cinco mil queixas em relação a maus-tratos a idosos em 2005, dez vezes mais do que em 2000, em que o número não chegou às 500 queixas, um número que continua a aumentar. Em declarações à TSF, Joana Marques Vidal explicou que os idosos “são agredidos com atitudes humilhantes chamando nomes e utilizando de uma grande pressão psicológica, de ameaça e de coacção”.

Segundo a APAV, 80 por cento dos idosos alvo deste tipo de casos são mulheres, sendo que os casos começam a ser frequentes quando os idosos chegam aos 55 anos e cada vez mais frequentes com o aumento da idade e em particular em Lisboa, Porto e Faro. "São vítimas reformadas, casadas ou viúvas, sendo que o número de viúvos tem aqui algum peso. Tudo aponta para um perfil de vítima desprotegida sem capacidade não só económica, mas também física de reagir, com grandes dependências que não conseguem ultrapassar por si só", concluiu Joana Marques Vidal.
Retirado de TSF